Antônio Barros da Silva é conhecido como o Ceguinho da Vila. Nasceu em 1932 no município de Batalha. Filho de lavradores, aos 66 anos continuava a viver na mesma região onde nasceu. Perdeu seu pai ainda pequeno. Como era um dos filhos mais velhos teve que começar a trabalhar cedo para ajudar sua mãe a sustentar a família.
Quando adulto sofreu de conjuntivite. Para curar a enfermidade seguiu o conselho de um tio: lavar os olhos com uma solução de aguardente de cana com pimenta malagueta. Assim perdeu a visão de um dos olhos. Anos depois, ao cortar uma árvore teve o outro olho atingido por um cavaco de madeira que o tornou definitivamente cego.
Aposentado por invalidez recebe um salário mínimo para sustentar sua família. Para complementar o orçamento faz estantes de madeira e tece redes de fibras de tucum (uma palmeira da região) e também de linha plástica. As atividades aprendeu após a perda da visão. Gosta de viajar para vender seus produtos. Samuel, filho adotivo, o auxilia na montagem das estantes e o acompanha em suas viagens. Orgulhoso de sua autonomia gosta de mostrar que é capaz de se locomover sozinho pelas ruas do bairro onde mora. Como ele mesmo diz: “sou cego, mas sou trabalhador”.
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