Antônia Pereira de Morais, conhecida como Isá. Analfabeta, solteira, sem filhos morava com seus pais, um tio e uma sobrinha em um latifúndio da zona rural do município de Pedro II. A criança foi adotada pela família quando tinha apenas sete dias de vida. Os avós quiseram, mais uma vez, ter um bebê em casa.
Isá não gozava de autonomia. Seus pais se gabavam de ter uma filha que fazia todo o trabalho que eles, devido à idade, não eram mais capazes de realizar. A vontade do patriarca era lei para a família, ele sempre tinha a última palavra em todas a decisões.
Tímida Isá falava pouco e não confiava em pessoas estranhas. Seu trabalho cotidiano dependia da estação do ano. Durante o período de estiagem secava as folhas da carnaúba no sol para a extração de sua cera, em forma de pó. Da palha desidratada confeccionava vassouras. No período das chuvas trabalhava na lavoura. Ajudava a criar os animais. Também era responsável pelos consertos domésticos, por buscar água no poço e pelos cuidados com a sobrinha. Como milhões de mulheres brasileiras ela trabalhava duro, não podia demonstrar vontade própria e era submissa à “autoridade” masculina.
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