A primeira assistência técnica aos 70 anos

Matéria para divulgação institucional do projeto Tempo de Empreender Rondônia – Sebrae / Instituto Camargo Corrêa

Texto: Gleice Mere

Após o término do plantio de oito mil mudas de banana o agricultor de União Bandeirantes, Sílvio de Oliveira, ingressou no projeto Tempo de Empreender Rondônia. Pela primeira vez na vida teve acesso a assistência técnica no cultivo de plantas em sua propriedade.

O semblante de senhor Sílvio é sereno. Sua fala mansa e educada espelha a experiência de vida adquirida ao longo das sete décadas que migrou através do Brasil em busca de um pedaço de chão somente seu. “Nasci em São Raimundo Nonato, no Piauí. A região está no triângulo da seca. Quando tinha 13 anos de idade a minha família migrou em busca de melhores condições de vida. Desde então já morei em muitos lugares do Brasil. Vivi no Paraná, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Amazonas. No entanto, somente em União Bandeirantes consegui adquirir oito hectares de terra que são meus. Sempre trabalhei com muito capricho, mas sem a assistência de um técnico ou engenheiro agrônomo eu nunca soube se a tecnologia que aplicava no cultivo da plantação estava correta.”, explica o agricultor.

Experiência

A experiência e observação da natureza fizeram com que senhor Sílvio aplicasse um espaçamento entre as bananeiras que corresponde às técnicas repassadas pela Emater através do projeto Tempo de Empreender, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o Instituto Camargo Corrêa, construtora Camargo Corrêa e Energia Sustentável do Brasil, empresa criada especialmente para investir no projeto da Usina Hidrelétrica Jirau (UHE Jirau). União Bandeirantes é uma das comunidades localizadas no entorno da obra da UHE Jirau que recebem assistência para a viabilização técnica e econômica na produção e comercialização de frutas.

“Ao longo dos anos percebi que quando plantava a bananeira muito distante uma da outra o sol castigava as raízes e a planta não se desenvolvia bem. Muitos agricultores que me viram plantar as oito mil covas diziam que eu estava plantando mandioca, pois achavam o espaçamento muito curto. Quando os técnicos da Emater visitaram a minha propriedade confirmaram que o meu modo de plantar estava correto. Eu deveria apenas aplicar técnicas para o bom desenvolvimento do bananal. Hoje eu
retiro as folhas que estão velhas, corto o mangará do cacho, aplico adubo, calcário e extraio as mudas em excesso. Também aprendi a marcar as plantas em floração para estimar a produção da safra, assim como anoto os gastos para calcular os custos de produção. Tudo isso eu aprendi por meio das capacitações oferecidas pelo Tempo de Empreender“, relata senhor Sílvio.

A família

O agricultor conta com a ajuda incansável de sua companheira, a quem ele, carinhosamente, chama de Belinha. A filha do casal, Vitória, em breve irá para a escola. A venda da produção do bananal é a garantia da compra de um imóvel em União Bandeirantes para que a menina tenha acesso à educação. Segundo o agricultor o cultivo da banana sempre lhe garantiu renda, pois a cada 15 dias ele colhe a safra, que acontece o ano inteiro.

Em setembro o agricultor completará 70 anos. Espera-se que a realidade de pessoas como ele continue a mudar para melhor e que Vitória viva um futuro sem esperas tão longas para ter acesso a tecnologias como as repassadas pelo Tempo de Empreender Rondônia.